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Bolsonaro acusa o Ministério Público do Trabalho de obstruir economia

Em mais uma declaração controversa, o deputado Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, atacou a atuação do Ministério Público do Trabalho (MPT). Durante uma entrevista concedida ontem à TV Tem, em São José do Rio Preto (SP), o parlamentar disse que o órgão é um entrave para o crescimento do país. Também falou sobre a reforma da Previdência, e disse que, se for eleito, vai realizar mudanças graduais na aposentadoria, começando por servidores públicos.

Bolsonaro criticou o MPT usando como referência uma conversa que teve com o dono de uma propriedade rural da cidade vizinha de Catanduva (SP).  “Conversei com um piscicultor agora há pouco aqui sobre as dificuldades, imposto, energia cara e licença ambiental. Um país que tem um Ministério Público do Trabalho atrapalhando não tem como ir para frente”, completou.

Ao longo do dia, o candidato do PSL percorreu áreas rurais e conversou com produtores. Ele faz campanha no interior do estado há quatro dias e ontem se dedicou a visitar fazendas. Afirmou que é necessário desburocratizar o processo para conseguir licenças e na contratação de trabalhadores.  “O maior incentivo que a gente pode dar ao setor produtivo é tirar o Estado do cangote do produtor”, afirmou.

Em seguida, ele repetiu assuntos que já tinham sido abordados anteriormente. O candidato afirmou que, se eleito, vai incentivar o armamento da população, para que os cidadãos “reajam à criminalidade”. Disse também que vai criminalizar as invasões de terra, classificando-as como “terrorismo”.

Com relação a mudanças nas regras do INSS, ele disse que o aumento da idade mínima para homens e mulheres se aposentarem deve ser realizado gradualmente, a cada nova gestão de governo, e que os servidores públicos devem ser os primeiros atingidos pelas as alterações.

Elton Duarte Batalha, professor de direito do trabalho da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, criticou as afirmações de Bolsonaro quanto ao Ministério Público do Trabalho. “O MPT defende os interesses sociais e individuais dos trabalhadores. É evidente que a instituição é uma coisa e as pessoas que a compõem são outras. Se ocorrer algum abuso por parte de procuradores do trabalho, existem maneiras jurídicas para corrigir isso. Mas o trabalho do órgão é fiscalizar se os empregadores estão cumprindo as leis trabalhistas e intermediar uma solução, ou apresentar denúncia em caso de violações”, afirmou.

AE