Opinião

Mesmo estando na reserva, o general Villas Bôas não devia se meter em política

Antonio Santos Aquino

É lamentável que militares fiquem “ameaçando o povo” a propósito na próxima decisão do Supremo Tribunal Federal, sobre cumprimento da pena de prisão após condenação em segunda instância, pressionando o julgamento dos ministros. Militares não podem opinar em nada que diga respeito aos três Poderes. É crime fazer qualquer insinuação de violência.

Pergunto: Esses militares sem comando e na reserva fariam o que? Os militares da ativa concordam com essas ameaças? Lógico que a maioria não concorda.

DISSE CIRO GOMES – A primeira ameaça do general Villas Bôas foi quando o Supremo era presidido pela ministra Carmem Lúcia. Na época, quem atabalhoadamente se manifestou sobre isso foi Ciro Gomes, dizendo que o general “entraria em cana” se fosse em seu governo. Disse à sua maneira, mas disse a verdade. Militares não podem se envolver em política.

O general Villas Bôas devia a se manifestar era sobre o artigo de Helio Fernandes no Blog Tribuna Sindical sobre os três encontros de Moro e Bolsonaro três meses antes das eleições. Nos dois primeiros Bolsonaro pede que Moro mantenha Lula preso para que ele ganhasse a eleição. Resposta de Moro: Não tenho provas; só ilações e convicção. Na terceira Bolsonaro foi mais explícito: Sendo presidente sou eu que indico e nomeio. Falaram em nomeação para o STF.

Tudo aconteceu como Helio reportou. O jornalista não tem bola de cristal e nem é cigano. Como iria adivinhar com três meses de antecedência. Isso foi porque é até hoje, aos 99 anos, escrevendo todos os dias, um dos jornalistas mais bem informados sobre tudo que se passa no Brasil e no mundo.